terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Legado.

Hoje volto meus olhos para trás e me proponho a conversar sobre os pecados, os erros e os enganos de minhas Ancestrais. Aqueles que nós – descendentes – tentamos “pagar” e resgatar através de nossa dor, nosso sofrimento, nossas repetições.

Me volto para trás sem raiva, acusações ou desgosto, apenas com o olhar de quem compreende e ao compreender, perdoa. E para que este perdão se estenda, é preciso deixar um rastro de amor, que segue para trás tanto quanto esta herança seguiu para frente, colorindo o caminho de rosa (a cor do amor incondicional); de violeta (a cor da consciência) e de verde (a cor da cura). E de preferência espalhando ervas, flores, cristais e benzeduras, para reafirmar a intenção de REVIVER PARA CURAR, e não reviver para sofrer de novo.

Hoje volto meus olhos para trás e habito o ventre de cada mulher que já carregou parte do que sou hoje – esta corrente genética interminável que contém o registro das dores de tantas gerações. E habito cada um destes ventres para de novo frutificá-lo, purificá-lo, torná-lo novamente o Vaso da Vida e não o Vaso da Morte. E ao visitar este ventre grávido com respeito, amor e reverência, semeio vida onde há a morte que se manifesta em doenças, desarmonias e padrões – que são apenas os chamados da Alma para que nos voltemos para trás para curar. Não para acusar, não para remoer – PARA CURAR.

Hoje pego o facão de minhas avós benzedeiras – não o de matar e sacrificar – mas o de cortar as ervas e raízes que são usadas para curar. Hoje recebo o legado do uso sagrado dos Saberes Femininos que foram usados para espalhar amor, cura, nascimentos. E perdoo – e igualmente recebo – as vezes em que este conhecimento foi usado para provocar abortos, morte e sofrimento. Eu aceito ambos os lados – Luz e Sombra – porque são os dois aspectos do conhecimento e de poder. Mas ESCOLHO, como escolhi ainda no ventre de minha mãe – cooperar com a Natureza e com a Deusa manifestada na Terra, para levar cura, avanço, alegria e leveza a todos a quem eu puder alcançar. Reconheço, recebo e integro a Sombra do conhecimento usado para manipular e torcer, mas ESCOLHO receber e semear o legado de luz que esta herança carrega.

Hoje me coloco diante do Portal da Ancestralidade e me conecto com os legados recebidos e ESCOLHO. Escolho por todas aquelas que não puderam ou não tiveram a oportunidade de escolher. Escolho o Amor por aquelas que nunca o experimentaram. Escolho o Perdão por aquelas que deixaram este mundo envenenadas de desgosto. Escolho Consciência por aquelas que passaram pela vida sem saber o resultado ou as consequências de suas ações. Escolho usar com sabedoria e senso de serviço o Conhecimento Sagrado por aquelas que sequer sabiam o quão sagrado este Conhecimento era. Escolho praticar justiça em todas as relações por aquelas que foram injustiçadas primeiro e injustiçaram depois. Mais do que tudo, diante do Portal da Ancestralidade, ESCOLHO o que me faz bem, me nutre e alimenta e devolvo o que não me pertence. Mas devolvo CURADO, envolvido no papel da seda do coração, no violeta cristalino da Consciência. E reverencio o aprendizado que cada uma destas Ancestrais me permitiu, nesta construção de tijolo a tijolo – célula a célula – de quem somos e do que viemos para Ser.



Por:
Grupo Terapia Sistêmica
Dilma Caetano

Sincronicidade 📡

📡➿➿➿➿➿➿📡 Não existe coincidências no universo. Existem pessoas que se atraem por sintonia. Essa sintonia acontece porque cada um de ...